O que é a Morte Física? Morte Espiritual? Morte Escatológica ou Eterna?
Primeiro, cabe pontuar que estas três tipos de morte independem entre si, por exemplo, é possível que ocorra a morte espiritual sem a morte física e sem a morte eterna (por mais que alguns teológos afirmam que o pecado já seja a morte eterna).
Também é possível que ocorra a morte e a vida ao mesmo tempo: a morte física e a vida espiritual.
Diante disso, é bom saber que Cristo é a luz de tudo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. A vida, tratada neste trecho, refere-se à superação de todas estas mortes, a vida abundante e em todos os aspectos: o verdadeiro caminho, a luz das luzes.
Sendo assim, a origem da morte está no pecado, pois a morte recaiu no mundo por meio do pecado, senão vejamos: “no dia em que dela (fruto) comeres, certamente morrerás” (árvore do conhecimento do bem e do mal. Gênesis 2, 17).
Além disso, cabe pontuar que somos feitos de alma e de corpo, composto, sendo que a alma dá forma ao corpo (§ 364 do Catecismo). Ou seja, o espírito e a matéria, isto é, espírito e corpo. O homem não são duas naturezas unidas, mas sua união forma uma única natureza.
Deve-se lembrar, também, que o Homem foi feito à imagem de Deus Pai, que deu seu Filho Jesus Cristo para remissão dos pecados, vindo ao mundo e se igualando a tudo aos homens, exceto no pecado, ou seja, veio para mostrar que é possível se ter uma vida plena e longe do pecado e, consequentemente, da morte.
Sendo assim, aqueles homens preenchidos pela comunhão com Deus terá a paz, a segurança e a certeza de que nenhuma morte poderá o destruir.
DEFINIÇÃO:
Morte física: É a separação da alma e do corpo, "a perda da existência nesse plano". Todos estão sujeitos a ela e conseguem entendê-la.
Morte espiritual: Trata-se da falência do homem diante do pecado, onde, ofendendo ao seu Criador fica sujeito e escravo do pecado. É inerente à todo ser humano.
Morte Escatológica ou Eterna: Nada mais é que a ausência total e eterna de Deus. Diferentemente das outras duas, essa só torna-se possível através da livre escolha do homem em não amar a Deus. Inferno.
DESENVOLVIMENTO
Primeiro, pretendo discorrer acerca dos três tipos de mortes: 1) morte física, 2) morte espiritual, 3) morte escatológica, final ou eterna.
Nesta fase inicial, esclarecerei a definição de cada uma morte, segundo as passagens bíblicas, que fundamentam a sua existência:
1) “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar” (Gênesis 3, 19).
2) “Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Romanos 5, 12).
3) “A morte e a morada subterrânea foram lançadas no tanque de fogo. A segunda morte é esta: o tanque de fogo” (Apocalipse 20, 14).
Adiante, esclareço melhor cada uma das mortes, ligando-as à substância material e à sua prática, segundo a visão do Catecismo da Igreja Católica, veja:
1) “(...) é corpo humano precisamente por ser animado pela alma espiritual (...)”. (CCE: § 364).
3) “Ao morrer, cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre”. (CCE: § 1022)
Após explicar as três mortes ante a visão bíblica e doutrina do Catecismo, cabe falar da relação da morte espiritual com a morte eterna, a morte espiritual leva à morte eterna, conforme se esclarece:
“O pecado mortal (...) Tem como consequência a perda da caridade e a privação da graça santificante, ou seja, do estado de graça. E se não for resgatado pelo arrependimento e pelo perdão de Deus, originará a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no Inferno (...)” (CCE § 1861) e: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu.” (Mateus 18, 18).
Ainda discorrendo nesta relação das duas mortes, pontua-se um dos caminhos que podem levar à aplicação da justiça divina: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (João 20, 23).
Colocando a 1) morte física como uma vida fora do eixo, Deus de se apresenta como caminho, 2) aos que vivem no pecado, na mentira, Deus se apresenta como verdade, e aos que 3) não vivem na verdadeira vida, Deus se apresenta como vida: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14, 6).
Mesmo ante a estas mortes, um Homem se mostra capaz de vencê-las, e por eles os homens buscam a salvação eterna: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá…” (João 11, 25).
REALIDADES
Às realidades que as mortes pertencem, temos o 1) mundo natural, 2) mundo celeste e 3) mundo sobrenatural celeste.
ENTENDIMENTO APLICADO ÀS REALIDADES
1) É possível chegar através da razão humana. Consegue perceber e entender aquilo que é palpável ao intelecto do homem.
2) Só é possível por meio da fé. Abarca realidades invisíveis e superiores ao homem e explica (e dá sentido) à realidades naturais e físicas. Dá luz à morte e lhe confere novo sentido.
3) É a visão beatífica, o conhecimento pleno da Criação. Só pode ser alcançado no Céu. Não se sabe ao certo como se dará e em que grau, mas é possível entender e compreender.
DOS REMÉDIOS PARA AS MORTES:
Professa-se os combates a estas mortes por meio do Símbolo Constantinopolitano (Credo): 1) morte física por meio da fé, a 2) morte espiritual pelo sacramento da reconciliação e a 3) morte eterna pela salvação em Cristo: 1) “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”, 2) “Professo um só batismo para remissão dos pecados” e 3) “Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir.”
- A "Ressurreição da carne": devolve ao homem àquilo que antes ele tinha perdido - união do corpo e da alma.
- A "remissão dos pecados": se o problema é o pecado então a solução está no perdão e na remissão dele, consumida e realizada no Sacrifício de Cristo.
- A "vida eterna": é a presença e contemplação eterna e ininterrupta de Deus - a visão beatífica. Foi-nos dada por Jesus, graças à sua Paixão e Morte, propiciando outra opção além da morte eterna.